8 de Junho de 2018 | 10h52
Aproximadamente, vinte idosos se reuniram no Espaço Viver Bem, da Unimed Sorocaba, para uma aula sobre tecnologia. Durante a atividade, foram ensinadas desde noções básicas sobre celulares (como ligar e desligar o aparelho, tirar fotos e programar o despertador) até intermediárias (como salvar contatos, mandar mensagens via WhatsApp e usar o Facebook). O professor da turma foi Thiago Barreiros, do Setor de Tecnologia da Informação da Cooperativa. Segundo ele, o primeiro passo foi apresentar os objetivos do curso e as mudanças tecnológicas dos últimos cinquenta anos. “Em seguida, fomos para a parte prática, com o manuseio das funcionalidades e aplicativos para smartphones.” Thiago ressaltou que cada participante tem seu próprio tempo. Considerando que é preciso exercitar a memória, a recomendação é que o aprendizado aconteça de forma natural e contínua. Para o geriatra Charles Rodrigues, cooperado da Unimed Sorocaba, a ação foi interessante para perceber os obstáculos enfrentados pelos mais idosos. “Quem adentra a terceira idade apresenta, hoje, alguma dificuldade em adaptar-se à tecnologia. Mas, com esforço e dedicando um pouco de tempo, estas pessoas aprendem a utilizar muitos dos recursos disponíveis.” A participante Thirzah Bonlang (88) tinha a intenção de expandir e solidificar seus contatos. “A tecnologia ajuda muito na comunicação. Como pode uma caixinha permitir falar com o mundo?”, sorriu. Já para Carlos Cordeiro (78), o foco era aprender tudo o que pudesse e não ficar para trás: “Hoje, o conceito de analfabetismo caracteriza quem não sabe mexer em celulares”.De acordo com o geriatra, as pessoas nascidas nas últimas décadas convivem desde cedo com a tecnologia. Mas, para o idoso, cada progresso significa um novo e extenso processo de aprendizagem. “Isso se aplica, sobretudo, àqueles acima dos 70, 75 anos. Salvo exceções, a dificuldade na utilização dos recursos tecnológicos é maior, porque as mudanças acontecem em ritmo acelerado.”O geriatra indicou outros pontos, decorrentes do avanço da idade, que impõem obstáculos. “A perda da acuidade visual impossibilita enxergar as letras pequenas na tela do celular. Já os botões são pensados para dedos pequenos, sem deformidades. Para quem tem alterações nas articulações, provocadas pela osteoartrite, manejá-los é um desafio.”Durante a aula, estavam presentes membros do programa Viver Bem, que também participam, rotineiramente, de atividades como caminhadas monitoradas, oficinas de exercícios, coral e aulas de artesanato e de danças circulares. “Percebemos a necessidade de indicar aos idosos meios de interagir com a tecnologia, buscando levar conhecimento e autonomia ao seu dia a dia”, explicou Andreia Dalboni, gerente do EVB. O evento promoveu, ainda, uma ação social: a doação de fraldas geriátricas, direcionadas a uma instituição que atende pessoas carentes.