1 de Setembro de 2022 | 08h48
Campanha “Diga Sim – Doe Órgãos”, da Unimed Sorocaba,
oferece orientação para famílias de doadores.
Um dos efeitos da pandemia da Covid-19 foi o aumento da fila de transplantes de órgãos no sistema de saúde do país. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2019, eram 25 mil pessoas esperando por um novo rim. Já em 2021, esse número chegou a quase 28 mil. Em julho de 2022, cerca de 59 mil pessoas estavam na fila para transplantes de órgãos no Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, a maior parte aguardando por rins e córneas.
De acordo com Dra. Milene Guilhem, nefrologista responsável
pelos transplantes de rins do Centro de Transplante (Cethus) do Hospital Unimed
Sorocaba – Dr. Miguel Soeiro, o número de mortes na espera por algum órgão
também aumentou. “Segundo relatório da ABTO, pelo menos nove pessoas morreram
por dia no primeiro trimestre deste ano enquanto aguardavam um órgão. A taxa de
efetivação de doação passou de 26,2% no fim de 2021 para 24,3% no primeiro
trimestre deste ano”, explica a médica.
Um dos principais fatores da redução da doação de órgãos é a
recusa da família, que por força da legislação em vigor é responsável pela
decisão de doar ou não os órgãos de seu ente falecido. “Apesar das campanhas de
conscientização feitas nos últimos anos, esse tema ainda é bastante polêmico e
de difícil entendimento, o que resulta em um alto índice de recusa familiar.
Esse fato não ocorre somente no Brasil, pois a incompreensão da morte
encefálica, a forma como é feita a abordagem com as famílias e motivos
religiosos são os principais fatores dessa recusa”, destaca.
Diga Sim
Segundo o presidente da Unimed Sorocaba, Dr. Gustavo Ribeiro
Neves, a pandemia da COVID-19 teve um impacto significativo no número de
doadores de órgãos e tecidos, motivados em parte pela redução do número de
leitos de UTI. “Nos últimos três anos, nossa campanha de doação de órgãos “Diga
Sim” vem orientando as famílias sobre esse gesto, que pode ajudar até dez
pessoas que estão na fila de espera do transplante, e como proceder no caso das
pessoas que querem manifestar seu desejo de ser um doador”, observa o médico.
Neves observa que o Brasil ocupa uma posição de destaque em
transplantes de órgãos, sendo o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas
dos Estados Unidos em números absolutos. “O Hospital Unimed Sorocaba começou a
realizar transplantes nos anos 2000 e se tornou referência na realização de
transplantes de rins, córneas, fígado, coração e medula óssea, muitos deles
feitos para pacientes cobertos com recursos do SUS. Contamos com um Centro de
Transplante (Cethus), que possui equipes preparadas e altamente qualificadas
para este tipo de cirurgia, além de uma estrutura hospitalar que é referência
no estado de São Paulo”, ressalta.
O presidente da Unimed Sorocaba destaca ainda os excelentes
dados de sobrevida dos pacientes transplantados no Cethus. “Registramos 100% de
sobrevida após transplantes renais e 92% nos transplantes de fígado, números
que são resultado da excelência em procedimentos e que posiciona nossa equipe
como referência nacional.”
Recorde
Em julho deste ano, o Hospital Unimed Sorocaba – Dr. Miguel
Soeiro bateu seu recorde de transplantes. Foram quatro transplantes, dois
hepáticos e dois renais, em apenas 36 horas. As cirurgias foram conduzidas
pelos médicos Renato Hidalgo, cirurgião especialista no aparelho digestivo,
responsável pelos transplantes de fígados e pela nefrologista Milene Guilhem,
que fez as cirurgias de transplante de rins.
“Ao todo, este ano, foram realizados pelo Cethus 55
transplantes de córnea, 22 de fígado, um transplante de fígado-rim, oito de
rim, 24 de medula óssea autólogo e 11 de medula óssea alogênico, e quatro de
ossos. Importante destacar que, na maioria das vezes, o transplante é a única
esperança de vida e uma oportunidade de um recomeço para as pessoas que
precisam de uma doação”, diz Dra. Milene.
Setembro Verde
Comemorado em 27 de setembro, o Dia Nacional da Doação de
Órgãos foi instituído pela Lei nº 11.584/2007, visando promover a
conscientização da sociedade sobre a importância da doação de órgãos. A campanha
Setembro Verde visa estimular ainda que as pessoas conversem com seus
familiares e amigos sobre o assunto.
“Nesse momento, mais do que nunca é necessário que as
campanhas sejam intensificadas para que a população seja conscientizada e
possamos ter uma curva ascendente no número de captação de órgãos e
procedimentos de transplante”, conclui a nefrologista.
Fonte: VPO Comunicação