Unimed Sorocaba participa de debate em congresso nacional

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16 de Agosto de 2018 | 14h37

Unimed Sorocaba participa de debate em congresso nacional

Durante o último Congresso Nacional de Gestão em Saúde da Unimed do Brasil, na plenária de Recursos Próprios, Paulo Hungaro Neto, vice-presidente da Unimed Sorocaba, e Giuliano Sant´Anna, diretor geral da ¿BR HomMed - Telemedicina e Saúde Digital, compuseram a mesa-redonda que debateu o tema Monitoramento Remoto e Controle de Sinistralidade. O moderador foi Nilson Ricardo Salomão, presidente da Unimed Franca.

O evento aconteceu entre os dias 19 e 21 de junho, no Expo Center Norte, em São Paulo. Outra participação da Cooperativa sorocabana no encontro foi feita pelo seu coordenador de Cadastro e Custos, Admilson Luiz da Costa. Ele apresentou uma série histórica dos custos da instituição – abrangendo desde 1996 até o momento atual –, sobretudo aqueles relacionados ao Hospital Dr. Miguel Soeiro. Um dos pontos de destaque da sua palestra foi a substituição do sistema da época pelo MV 2000 (ocorrida em 2010), fato que permitiu melhorar a gestão de custos e a integração dos módulos.

Saúde Digital

A palestra de Paulo Hungaro trouxe o case do projeto-piloto “Saúde Digital”, inédito no Sistema Unimed e também no país, pelo que se tem de notícias publicadas. A abordagem mostrou como a tecnologia e a inovação podem ser extremamente úteis na coordenação dos cuidados preventivos aos portadores de patologias crônicas, no controle das sinistralidades e no monitoramento remoto dos pacientes.

O vice-presidente da Cooperativa relatou a experiência inicial, envolvendo um grupo de diabéticos (estes, dependentes ou não de insulina). “Eles receberam o acesso a um aplicativo especial e a devices: glicosímetros, balança e uma pulseira capaz de captar diversas informações quantitativas e qualitativas, como a qualidade do sono e o status do humor da pessoa, por exemplo”, explicou.

Ele prosseguiu: “Como esses dispositivos têm conexão Bluetooth, os dados eram repassados em tempo real a uma central de monitoramento remota – no caso, a fornecida pela empresa BR HomMed. Tais inputs eram parametrizados e geravam alertas a uma equipe multiprofissional. Esta, por sua vez, contatava a equipe da Atenção Integral à Saúde, da Unimed Sorocaba, que se incumbia de acionar o médico assistente do paciente sempre que havia algum indicativo de problema” detalhou.

Ao longo de seis meses – tempo de duração do projeto –, foram gerados mais de 20 mil dados, cerca de 3 mil contatos por meio de chats e e-mails e 147 alertas (dos quais 42 eram de real gravidade). “Com a intervenção em tempo real, pudemos evitar situações mais críticas ou idas desses pacientes ao nosso Pronto-Socorro”, observou Paulo Hungaro.

O dado mais significativo foi de que o índice de hemoglobina glicada desse grupo caiu 1,3% (começou com 8,5% e finalizou em 7,2%). “A literatura nos mostra que cada ponto porcentual de redução significa a diminuição de 14% no risco de morte por patologias cardíacas e 43% de complicações vasculares”, salientou.

Para o diretor de Mercado da Unimed Sorocaba, José Augusto Rabello Júnior, “o aplicativo de monitoramento é um passo à frente no sentido de fazer uma aproximação cada vez maior com os clientes, exatamente de acordo com as suas necessidades”. Ele ressaltou que esta ferramenta melhorará o gerenciamento dos casos crônicos e diminuirá as complicações, aprimorando a assistência prestada e reduzindo os gastos futuros.

Projeto torna-se programa

Agora, o projeto está sendo implantado em formato de apoio aos programas, para um grupo de, aproximadamente, 700 pacientes, formados por gestantes de risco habitual com orientações sobre assistência ao parto, gestantes de risco, assistência ao idoso e portadores de diversas patologias crônicas. A intenção da Unimed Sorocaba com essa iniciativa é estimular a responsabilidade e a corresponsabilidade dessas pessoas, agindo como protagonistas no cuidado com a própria saúde.

Cada um deles receberá devices em comodato. A estrutura operacional será a mesma daquela utilizada durante a fase piloto – ou seja, haverá o aplicativo e o suporte de monitoramento remoto, em tempo real. “A Saúde Digital será uma ferramenta bastante importante na Atenção Primária à Saúde”, garantiu Paulo Hungaro.

A Unimed Sorocaba já oferece, em sua Farmácia Comercial, devices customizados para outros interessados que não são portadores de patologias crônicas. Inicialmente, estão disponíveis a balança e pulseira, que conta os passos dados pelo portador. Futuramente, outros aparelhos estarão disponíveis, como glicosímetro, oxímetro e aparelho de aferição da pressão arterial, por exemplo.

“Ficamos extremamente satisfeitos com os resultados do projeto-piloto”, declarou o vice-presidente da Cooperativa. “Pesquisas nos revelaram que a aprovação dos usuários da ferramenta chegou a 98%, enquanto todos os médicos assistentes envolvidos nessa etapa classificaram-na como ótima ou muito boa.”

Parceira tecnológica

Giuliano Sant’Anna, da BR HomMed – empresa com a qual a Unimed Sorocaba estabeleceu parceria para a concessão do aplicativo e dos dispositivos – pontuou que o principal benefício proporcionado pela tecnologia é o empoderamento do paciente. “As soluções digitais desta área permitem que ele entenda melhor sua condição de saúde; conheça, de maneira simples e intuitiva, os fatores de risco; e engaje-se na mudança de hábitos, buscando uma condição de saúde melhor.”

Ainda de acordo com Giuliano, “é determinante para o sucesso de um programa de saúde digital o acompanhamento remoto, em tempo real, realizado por profissionais da saúde, que sanam dúvidas e orientam em quadros mais complexos. Esta conexão gera, no paciente, o sentimento de cuidado e segurança”.

A solução tecnológica da BR HomMed funciona como os “olhos do médico” entre uma consulta e outra. Isto reduz o tempo das consultas, bem como assevera um melhor gerenciamento do paciente pelo médico.

Conforme contou Giuliano, as soluções de saúde digital baseiam-se, principalmente, na utilização de aplicativos móveis e dispositivos médicos conectados (IOT), por meio dos quais o paciente pode gerenciar diversos parâmetros clínicos da sua saúde – incluindo peso, atividades físicas, pressão arterial, batimentos cardíacos, entre outros.

O executivo acredita que o fenômeno da “consumerização” dos serviços de saúde será a tendência num futuro breve. Ela permitirá o acesso a consultas, exames e diagnósticos de modo totalmente digital, de dentro das suas casas, farmácias, academias, shopping centers, enfim, de qualquer lugar.