15 de Março de 2022 | 09h26
Idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN),
o Dia Mundial do Rim (DMR) tem como objetivo reduzir o impacto da doença renal
no mundo todo. Comemorado na segunda quinta-feira do mês de março, este ano a
data foi celebrada no dia 10/03.
A campanha, que tem o objetivo de alertar para a detecção
precoce, tem como mote “Saúde dos Rins para Todos: Educando sobre a Doença
Renal”. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), que coordena a
campanha no Brasil, a falta de conhecimento sobre a doença renal, em todos os
setores da saúde, colabora para o aumento dos casos mais graves, sendo que
atualmente mais de 140 mil pacientes realizam diálise no País.
A SBN alerta também para o número crescente de pacientes com
DRC (Doença Renal Crônica) avançada, sendo que até 2040 estima-se que essa
possa ser a 5ª maior causa de morte no planeta, sendo uma ameaça global à saúde
pública.
A Unimed Sorocaba aderiu à campanha promovendo, nos dias 09
e 10 de março, ações orientativas para os pacientes dos três turnos do Centro
de Nefrologia e Diálise (CND) do Hospital Unimed Sorocaba – Dr. Miguel Soeiro.
“Essa campanha é muito importante, pois alerta sobre a prevenção e a detecção
precoce, para que intervindo em fase inicial, seja possível mudar e controlar o
curso da doença, uma vez que ela é progressiva”, explica o médico nefrologista
e coordenador do CND, Dr. Carlos Caniello.
Fatores de risco
De acordo com Dr. Caniello, as principais causas da doença
renal são hipertensão e diabetes. “A maioria dos pacientes que fazem
hemodiálise possuem como doença de base essas duas comorbidades, mas a lesão
irreversível nos rins pode ser causada também por histórico familiar, obesidade
e tabagismo. Um dos grandes problemas é que ela tem uma evolução silenciosa,
uma vez que o paciente não tem sintomas e quando ele descobre já está em um
estágio avançado da doença, sendo necessários tratamentos como diálise e
transplante renal”, explica o médico.
Prevenção
Uma forma de prevenção, segundo o especialista são os exames
de diagnóstico. “Principalmente aqueles pacientes que têm as doenças de base –
hipertensão e diabetes – devem fazer uma avaliação em relação à função renal. É
uma avaliação bem simples por meio de uma análise clínica e exames de
diagnóstico, tais como urina tipo 1 e dosagem de creatinina sérica”, observa.
Por se tratar de uma enfermidade que não tem cura e que já
afeta uma em cada dez pessoas no mundo, os cuidados com os rins são
fundamentais. “É importante evitar situações nocivas para a saúde, como
obesidade, tabagismo, excesso de ingestão de álcool e sódio e a automedicação”,
explica o médico.
Tratamento
O Hospital Unimed Sorocaba – Dr. Miguel Soeiro, por meio do
Centro de Nefrologia e Diálise (CND) oferece tratamento de diálise para
pacientes renais. “Essa unidade começou a funcionar em 2008 e realiza
aproximadamente 1.100 sessões de diálise por mês. Atualmente são atendidos
cerca de 80 pacientes ambulatoriais, que permanecem em média quatro horas na
unidade, três vezes por semana. O CND
conta com uma equipe multidisciplinar de médicos, enfermeiros, psicólogo,
assistente social e nutricionista. A Unidade atende também os pacientes
internados com insuficiência renal aguda e que precisam de suporte”, explica
Dr. Caniello.
O especialista enfatizou que os pacientes que fazem
hemodiálise são aqueles que têm a doença avançada, no estágio cinco. “Existe
uma gama enorme de pacientes que não sabem que têm doença renal e isso precisa
ser detectado”, destaca.
Esse foi o caso do paciente Júlio César dos Santos, que aos
31 anos descobriu que tinha insuficiência renal. “Eu sou hipertenso e nunca
imaginei que isso poderia ocasionar um problema renal. Comecei a dialisar há
três anos e não tinha nenhuma informação de que minha doença poderia danificar
os rins. Hoje eu levo essa informação para todas as pessoas que eu conheço para
que elas possam se cuidar”, alerta.
Segundo Priscila Rondello, que recentemente fez um
transplante renal, o tratamento de hemodiálise foi um processo de muita luta.
“Comecei a fazer hemodiálise por causa de uma diabetes tipo 1, detectada aos 12
anos de idade. Conheci pessoas importantes neste processo, principalmente da
equipe da hemodiálise da Unimed Sorocaba, que me ensinaram a ver a vida com
outros olhos. Foram anos de aprendizados, de angústias, de amizades, de
carinhos e cuidados, de amigos novos e amigos que se foram. Cada um faz parte
da minha história e são como minha família”, ressalta.
Fonte: VPO Comunicação