22 de Abril de 2004 | 00h00
A admissão na UTI é uma experiência que requer grandes ajustes emocionais tanto para o paciente e seus familiares quanto para a equipe. O Hospital Unimed de Sorocaba (HUS) adotou medidas que humanizaram sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) - local normalmente tenso e impessoal em função das condições de saúde dos pacientes internados e dos equipamentos que garantem a sustentação e monitoração dessas vidas. Entre as medidas já implantadas estão um segundo horário de visita aos pacientes, amparo de psicólogos aos internados e seus familiares. “Os componentes da vida são muito importantes para a recuperação e o bem-estar dos pacientes”, afirma o médico João Nóbrega Filho, coordenador da UTI do HUS.
Segundo Nóbrega Filho, dividir o foco entre a tecnologia e a humanização é fundamental para as UTIs. “Essa é uma preocupação do século 21”, diz. As unidades de terapia intensiva são locais destinados ao atendimento de pessoas portadoras de doenças graves e com perspectivas de melhora, mas que exigem atendimento e cuidados intensivos durante 24 horas. Muitas permanecem sedadas, isoladas do contato com a família e, assim, acabam perdendo a noção do tempo, já que esses ambientes não têm janelas com vista ao exterior. “Para muitos pacientes, principalmente para os adultos, isso gera ansiedade”, explica Nóbrega.
Os ambientes de terapia intensiva são inconfundíveis. Dezenas de aparelhos e monitores (semelhantes a computadores pessoais) permanecem ligados 24 horas, checando os sinais vitais dos pacientes. Os bips são intermitentes. A iluminação artificial tem intensidade abaixo do normal. A concentração dos profissionais no trabalho é intensa e necessária, já que a qualquer momento pode surgir alguma indicação de anomalia, o que representa algo extremamente grave. Assim, não é de se espantar que pessoas que nunca entraram em um ambiente como esse fiquem impressionadas quando precisam visitar um parente internado.
É aí que entra, também, o Serviço de Psicologia do HUS. Uma equipe de profissionais, coordenada pela psicóloga Mariza Inglez Stilitano de Souza, oferece amparo emocional aos familiares. “A atuação dessa equipe minimiza o estresse dos pacientes, de seus familiares e os ajuda a aceitar a UTI como um lugar transitório, onde, muitas vezes, os problemas são resolvidos”, diz Nóbrega Filho. O primeiro passo do Serviço é travar contato com os médicos da UTI para obter os dados relativos a cada paciente. Depois, essas informações são transmitidas (sem tecnocracia) aos familiares. “Nossa intenção é deixar a família ciente das evoluções e de eventuais complicações”.
A equipe coordenada pelo médico João Nóbrega Filho na UTI do HUS é formada por médicos plantonistas e diaristas, enfermeiras, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, auxiliares e técnicos de enfermagem, secretárias, equipes de limpeza e segurança. Apesar da humanização implantada vir se mostrando extremamente positiva a todos os envolvidos – pacientes, familiares e equipe hospitalar –, medir seus resultados pelas vias tradicionais é uma tarefa difícil. “Entendo que o processo deva ser mensurado a partir de ganhos de aquisição evolutiva. Observamos as necessidades, vamos implantando e ajustando os processos”, revela o coordenador da UTI.
Fonte: Departamento de Marketing - Unimed de Sorocaba