8 de Fevereiro de 2021 | 18h08
Semana Nacional da gravidez na adolescência - Desinformação ainda é o maior problema
Dados oficiais disponíveis indicam que, no Brasil, a taxa de gestação na adolescência é alta, com 400 mil casos/ano. Em 2019, o país instituiu a Semana Nacional de Gravidez na Adolescência, celebrada a partir de 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução no número de grávidas nessa fase da vida.
Diversos fatores promovem a gestação na adolescência. A desinformação sobre sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos é o principal motivo. Questões emocionais, psicossociais e contextuais também contribuem, inclusive para a falta de acesso à proteção social e ao sistema de saúde, englobando o uso inadequado de contraceptivos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como adolescentes quem tem entre 10 e 20 anos de idade, enquanto o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece a faixa entre 12 e 18 anos.
Segundo a doutora Camila Ruiz, ginecologista, docente da Faculdade de Medicina da PUC-SP e cooperada da Unimed Sorocaba, dados da OMS/OPAS sobre a gravidez entre as adolescentes brasileiras revelam que o ápice aconteceu entre os anos de 1995 e 2000, quando 83,6% delas engravidaram. No período de 2015 a 2020, o índice foi de 68,4%.
São três os principais motivos que levam as jovens a rejeitar o uso de métodos contraceptivos: achar que nunca ficarão gravidas; medo de que os pais descubram que estão utilizando e porque namoram há algum tempo e, por isso, acreditam não ser mais necessário o uso de preservativos.
A doutora Camila explica que existem métodos contraceptivos hormonais e não hormonais. “Os não hormonais são formados por métodos comportamentais, de barreira (preservativos), químicos, amenorreia lactacional, dispositivos intrauterinos e cirúrgicos. Já os hormonais são aplicados por via oral ou não oral. Dentre os métodos de contracepção hormonal reversível, estão a pílula oral, anel vaginal, adesivo anticoncepcional, anticoncepcional injetável, implantes contraceptivos e o DIU com levonorgestrel.”
Entretanto, independentemente das causas e desejos de cada adolescente, a gravidez precoce é um problema de saúde pública, uma vez que causa riscos à saúde da mãe e do bebê, além do impacto socioeconômico – afinal, muitas grávidas abandonam os estudos e apresentam maior dificuldade para conseguir emprego.