22 de Abril de 2004 | 00h00
Os resultados sociais do Projeto Barça-Unimed são extremamente positivos. Há cinco anos - ou mais precisamente, desde o dia 10 de outubro de 1999 -, uma parceria entre a Unimed de Sorocaba e o Clube Atlético Barcelona tem proporcionado novas opções a milhares de crianças, sobretudo às que vivem em condição de risco social. O Projeto Barça-Unimed, coordenado pelo ex-jogador e ex-técnico do Esporte Clube São Bento, José Rubens Marques da Silva, - ou Binho como é conhecido - atende atualmente 512 crianças, com idades entre 5 e 14 anos, oferecendo treinamento esportivo (futebol), nutrição saudável (frutas, sucos, e cafés da manhã) e atividades voltadas ao aprimoramento social, cidadão e comunitário por meio de palestras com profissionais de diversas áreas.
Segundo Binho, a raiz do projeto é mais antiga. Há mais de uma década, o Clube Atlético Barcelona desenvolve um projeto voltado às crianças, principalmente às que residem nas redondezas. Em 1999, com a entrada da Unimed como parceira, o programa ganhou impulso decisivo. Semanalmente, todos os sábados, das 8 às 12h30, o campo do “Barcelona” ganha alegria e movimentação com a chegada das crianças. Aos poucos, vão chegando os garotos para treinar, cada um em seus respectivos grupos, divididos por faixa etária. Muitos vêm acompanhados pelos pais, que ficam nas arquibancadas torcendo e acompanhando atentamente.
Das 512 crianças, cerca de 70% são originárias de famílias carentes, moradoras, principalmente, das favelas existentes nas proximidades. A condição social explica muitos fatos que acabam se interpenetrando nos treinamentos. Binho conta que, muitas vezes, os jovens o procuram. Estão nervosos ou assustados com situações típicas do drama social vivenciado em comunidades carentes. “São pais que acabam presos, mães que abandonam o lar, entre outras cenas de violência, e essas crianças vêm aqui e contam isso para a gente”, relata. Em situações como essas, o que vale é a experiência de vida e o amor pelo que se faz, ainda que de forma voluntária. “Procuro dar apoio a essas crianças, conversar e orientar”, conta Binho.
No campo, a garotada é orientada e acompanhada atentamente pelo trio Binho, Guacyr e Geraldo – este último foi um dos grandes nomes do futebol profissional, tendo atuado como ponta-esquerda e meia-esquerda no Corinthians, Flamengo e Palmeiras, onde tinha como reserva ninguém menos que Ademir da Guia. Na retaguarda administrativa, o grupo conta com a ajuda de outros dois colaboradores, Jorge e Paulinho. Além disso, dez mulheres - mães das crianças atendidas pelo Projeto - cuidam de preparar o lanche da manhã, composto por frutas, sucos, café, pão e manteiga.
Os resultados sociais do Projeto Barça-Unimed são extremamente positivos. A carência financeira não é um pré-requisito ao ingresso dos jovens no programa. “Tem criança que vem treinar com chuteiras de marcas famosas”, conta Binho. “O interessante é que eles descobrem aqui outras que não tem sequer o que calçar e comparecem aos treinos descalças, mas tanto no campo, quanto na hora do lanche ou dos bate-papos depois dos treinos, todos são iguais”.
Se a dinâmica política não permite um equilíbrio perfeito e digno entre as classes sociais, ações sociocomunitárias, como o Projeto Barça-Unimed, têm servido como um contraponto às desigualdades. Se muitos ainda enxergam o futebol como um meio de enriquecimento, lazer ou, simplesmente, como atividade física, o esporte também se mostra como uma ponte à cidadania, ao resgate dos valores éticos, morais e cristãos – independente da religião seguida. “Antes de começarmos e depois de encerrado cada treino, nos juntamos e rezamos o Pai-Nosso, que é uma oração universal e acima de qualquer credo. Isso nos dá força para continuar”, finaliza Binho.
Fonte: Departamento de Marketing - Unimed de Sorocaba