Seja para uma criança ou um adulto, saudável ou portador de enfermidades (sendo algumas gravíssimas, outras não), um pequeno gesto pode representar muito e, em determinadas situações, ser a realização de um sonho ou do último desejo. É por isso que as ações de humanização da Unimed Sorocaba, que existem há muitos anos e estão fortemente enraizadas na instituição, em seus cooperados e colaboradores, começam a ser aglutinadas dentro de um projeto denominado Unimed Realiza.
A melhor maneira de cristalizar o conceito da humanização na Unimed Sorocaba é contando algumas histórias. Recentemente, por exemplo, a garotada que participa do Programa Barça-Unimed transbordou de alegria quando pôde conversar, tietar e jogar partidas de futsal ao lado dos craques do time da Magnus (tomando todas as precauções recomendadas para evitar o contágio pela Covid-19). Em outro programa, o Adote uma Escola, também coordenado pelo Instituto Dr. Miguel Soeiro, os alunos da Escola Estadual Monteiro Lobato constantemente recebem atenções e gestos de carinho – que, lamentavelmente, não são vistos em muitas outras escolas da rede pública. Uma dessas situações foi a iniciativa da doutora Cecília Ferro, falecida em 13 de dezembro de 2018, que regularmente ia até a escola para ler e discutir sobre clássicos da literatura infanto-juvenil.
No Hospital Dr. Miguel Soeiro (HMS), os gestos relacionados à humanização ocorrem rotineiramente, estão mais latentes e ajudam a compreender o que vem a ser o Unimed Realiza. “Quem trabalha na área da saúde tem, quase de forma natural, a sensibilidade em perceber as necessidades do próximo. Agir para supri-las, sobretudo no campo dos sentimentos, das emoções e das sensações, é possível na maioria das vezes”, define a doutora Priscila Garber, diretora Técnica do Hospital. “Os desejos de quem está em fase terminal ou é portador de uma doença grave nunca são os de grandes riquezas ou conquistas. Nessas situações, os pacientes desejam atos pequenos, situações normalmente corriqueiras, que os façam sentir boas sensações e os remetam aos bons momentos com seus familiares”, destaca.
Durantes as internações, médicos, profissionais da saúde e colaboradores testemunham e têm acesso – em momentos pontuais e no decorrer da assistência ao paciente – a significativos anseios. Em muitas dessas ocasiões, eles enxergam, junto às equipes, a oportunidade de contribuir na realização dessas vontades, tornando a jornada hospitalar mais leve. São muitas as histórias, como enumera a doutora Priscila. Ela se recorda de um paciente que, em fase terminal de um câncer, expressou o desejo de conversar com sua filha, com a qual não tinha contato há muito tempo. “Ele revelou que não havia sido um bom pai e gostaria de ter a oportunidade de pedir perdão à filha.” O encontro foi organizado pela equipe e, três dias depois, o paciente veio a óbito.
Outra história emblemática envolveu uma senhora, internada há um longo período na UTI, e sua neta de, aproximadamente, cinco anos de idade. “Ela nos contou que, em seus aniversários, a netinha a ajudava na escolha do bolo. Revelou que seu maior desejo era fazer isso mais uma vez”, relembra a doutora Priscila. “A equipe conseguiu levar a paciente acamada até o jardim interno do hospital, que estava todo decorado, e lá foi realizada uma festa, com direito, inclusive, ao tradicional bolo, escolhido por sua netinha junto à equipe da cozinha do HMS.” Tempos depois, a senhora teve alta hospitalar.
E são inúmeras histórias que poderiam ser contadas; algumas, em ações que já fazem parte da rotina das equipes médicas e assistenciais, como:
- mesversário: na UTI Neonatal, cada mês de internação do recém-nascido prematuro é comemorado junto aos pais. O local da incubadora é decorado com temas infantis e a equipe canta os parabéns;
- videoconferências: por meio delas, os pacientes em isolamento de contato por conta da Covid-19 podem diminuir as saudades diárias dos seus familiares;
- bingos: realizados durante as longas sessões de diálise;
- celebrações: de bodas ou aniversário de casamento de pacientes hospitalizados.
No último Dia do Médico, por exemplo, um saxofonista da Orquestra Filarmônica Jovem de Sorocaba foi tocar pelos corredores do Hospital para homenagear os profissionais. No entanto, acabou também ocasionando sensação de bem-estar e felicidade entre os pacientes, com repercussão muito positiva, inclusive entre os familiares e acompanhantes. Pela alegria que o músico proporcionou aos pacientes, acompanhantes, cooperados e colaboradores, a Diretoria do HMS estuda a possibilidade de incluir mais essa atividade como rotineira.
“Hoje, o HMS preocupa-se em oferecer aos seus clientes muito além da estrutura física, equipamentos de ponta, atendimentos adequados e resolução dos problemas relacionados às doenças. A preocupação em realizar ações relacionadas à humanização traz um acréscimo positivo na jornada do paciente e dos familiares em sua experiência hospitalar. É mais prioridade no nosso modo de cuidar da vida. Esse é o nosso plano”, finaliza a doutora Priscila.