18 de Março de 2010 | 00h00
Cooperados da Unimed Sorocaba discutiram com 150 colegas de profissão e estudantes a história, os aspectos epidemiológicos e as formas de se prevenir contra o vírus causador da gripe H1N1.
Os infectologistas Fernando José Goes Ruiz, Mario Sérgio Moreno e Priscilla Helena dos Santos, cooperados da Unimed Sorocaba, discutiram com 150 colegas de profissão e estudantes a história, os aspectos epidemiológicos e as formas de se prevenir contra o vírus causador da gripe H1N1. O simpósio aconteceu no último dia 4 de março e foi promovido pelo Centro de Estudos da Unimed Sorocaba (CEUS).
O evento foi aberto pelo doutor Carlos Renato Imamura, representante do CEUS. “O objetivo é discutir um tema atual já que, ao que tudo indica, entraremos numa nova fase de incidência relevante da gripe H1N1”, disse aos participantes do simpósio. “A ideia de realizar este evento surgiu durante reunião dos comitês de especialidades e o CEUS encampou a iniciativa” revelou.
O simpósio foi dividido em três partes. O doutor Mario Sérgio apresentou um resumo histórico das gripes e, em especial, da Influenza A. Já o doutor Fernando Ruiz abordou a disseminação globalizada do vírus durante o último surto, que começou no México, entre o final de março e início de abril do ano passado, as estatísticas oficiais de países e órgãos como OPAS e OMS e comparou diversos dados das gripes Sazonal e H1N1. À doutora Priscilla coube a tarefa de discutir os aspectos de imunização e a epidemiologia da doença.
Comparando o surto da Gripe Espanhola, em 1918 e que matou 25 milhões de pessoas, com o ocorrido no último ano – ambos causados pelo vírus Influenza A, subtipo H1N1, mas de cepas diferentes – o grande diferencial, como frisou o doutor Mario Sérgio, foi a velocidade da disseminação global.
Pouco tempo depois do seu surgimento em 2009, a gripe inicialmente denominada como Gripe Suína atingiu fortemente a América do Norte e, sem seguida, a Europa e Oceania. Tal nomenclatura (que levou muitas pessoas a erroneamente imaginarem que ingerir carne de porco pudesse desencadear o processo gripal) se deu pelo fato do capsídeo (cápsula de proteínas, ligadas a lipídeos ou glicídeos) que envolve o ácido nucleico (RNA ou DNA) do vírus Influenza ser típico dos encontrados em aves, suínos e humanos. Tanto que o caso número zero surgiu numa fazenda mexicana onde se criava porcos em grande escala.
O vírus que assustou o mundo em 2009 e começa a surgir novamente neste ano é uma mutação, como explicou o doutor Fernando Ruiz. Assim, seu comportamento foi e ainda é uma incógnita em muitos sentidos e não é possível afirmar com total segurança que os efeitos causados pelo vírus no inverno do hemisfério norte serão iguais aos que ocorrerão alguns meses depois no inverno do hemisfério sul.
Segundo a doutora Priscilla, neste ano Sorocaba é uma das 65 unidades sentinelas brasileiras que acompanharão a evolução da Gripe H1N1, cujos dados compilados são reportados à OMS. O posto funciona na Unidade Pré-Hospitalar da Zona Oeste.
A vacinação nacional, iniciada no último dia 8, também foi abordada pela doutora Priscilla. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a intenção do governo federal é vacinar 90 milhões de brasileiros nos primeiros dois meses. “O objetivo da vacinação será o de diminuir as mortes e os casos graves”, explicou a médica. “Somente o Estado de São Paulo pretende vacinar 20 milhões de pessoas em dois meses”.
Nas duas primeiras semanas da campanha, serão imunizados somente os trabalhadores da área da saúde e indígenas que vivem em aldeias do país. Nesta etapa, a estimativa é que cerca de 1,9 milhão de trabalhadores da área da saúde e 566 mil indígenas sejam vacinados contra o vírus. O Hospital Unimed de Sorocaba, vacinará médicos e colaboradores – que atuam diretamente no contato com pacientes – a partir do dia 15.
A segunda fase da vacinação contra a Gripe H1N1 vai do dia 22 de março e até 2 de abril, e incluirá gestantes, crianças (com idades entre seis meses e dois anos), e os portadores de doenças crônicas -como obesidade de grau três, diabetes, pessoas imunodeprimidas, asmáticos graves, cardiopatas e portadores de doenças respiratórias crônicas, dentre outros. Já na terceira etapa da campanha, que ocorrerá entre os dias 5 e 23 de abril, será vacinada a população de 20 a 29 anos. Entre 24 de abril a 7 de maio, receberão a vacina idosos com 60 anos ou mais portadores de doenças crônicas. Os demais idosos irão tomar a vacina contra a gripe comum. No período de 10 a 21 de maio, serão imunizados adultos de 30 a 39 anos.
Fonte: SZS Assessoria de Imprensa