20 de Abril de 2009 | 00h00
Estudo desenvolvido sob orientação da professora-doutora Marli Gerenutti pela enfermeira e mestranda em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Sorocaba (Uniso)
Hebe Karina de Oliveira Stucchi, avalia o uso da Carbamazepina (fármaco utilizado como estabilizador de humor e anticonvulsivante) em 30 crianças portadoras de transtornos do humor, atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (Capsi) da Associação Criança de Sorocaba. A pesquisa foi iniciada em março de 2008, após ser aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade, e deverá ser encerrada ainda este ano. O Hospital Unimed de Sorocaba (HUS) financiará os exames laboratoriais necessários para embasar o estudo acadêmico.
Para a Unimed Sorocaba, a iniciativa é vista como parte integrante de sua missão empresarial. Segundo seu presidente, doutor Rodolfo Pinto Machado de Araujo, fomentar a pesquisa acadêmica faz parte de um conjunto de ações sociocomunitárias que a cooperativa executa há anos. “A Unimed se inter-relaciona em diversos campos da sociedade como, por exemplo, no patrocínio de eventos esportivos e culturais, no apadrinhamento de escolas e logradouros públicos e no estímulo e fomento do desenvolvimento de estudantes universitários”, explica, referindo-se, respectivamente, aos projetos Barça-Unimed, Orquestra Filarmônica Jovem de Sorocaba, Escola Professor José Osório de Campos Maia e Almeida, Praça Professor-Doutor Francisco José de Barros e ao Prêmio Unimed de Sorocaba, voltado aos estudantes da Fatec local.
De acordo com Hebe, sua dissertação de mestrado é centrada na área de Medicamentos e Saúde e tem como linha de pesquisa o uso racional de medicamentos. “O objetivo deste estudo é investigar a adesão ao tratamento com Carbamazepina em crianças portadoras de transtornos do humor”, diz. “Os exames laboratoriais serão um dado importante, além das entrevistas e coletas de dados dos prontuários, para avaliarmos se a adesão ao tratamento está ocorrendo ou não”, explica a mestranda. “A dosagem da droga é necessária para avaliar o nível sérico do medicamento, se está dentro da faixa terapêutica esperada, ou seja, entre 4,0 e 12,0 ug/mL ou atingindo níveis tóxicos”, completa. Vale ressaltar que todas as crianças são acompanhadas e medicadas em regime ambulatorial por médicos que fazem parte da instituição.
Ao todo serão necessárias duas coletas de cada criança participante do estudo, com intervalo de cinco meses entre cada amostra. O HUS financiará integralmente as 60 dosagens necessárias, fornecendo todo o material necessário e informações técnicas para a coleta e transporte do sangue das crianças. “Recebo estas orientações diretamente do doutor Edson Shitara e da enfermeira Adriana Damázio Machado de Oliveira”, conta Hebe – os profissionais citados são, respectivamente, o responsável pelo Laboratório do HUS e coordenadora das coletas desse serviço hospitalar.
As coletas do sangue serão feitas no Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência (Capsi) da Associação Criança de Sorocaba por dois alunos do 4º ano do curso de Enfermagem do Centro de Ciências Médicas e Biológicas da PUC-SP e por uma auxiliar de Enfermagem que atua na unidade sob a supervisão da mestranda. “Após a realização das coletas, o material é transportado até o Laboratório do HUS onde permanece sob minha responsabilidade”, explica Hebe.
A primeira coleta foi feita neste mês de março e a próxima está programada para agosto. “Neste intervalo realizarei duas intervenções com as famílias focando o uso correto do medicamento, sua dosagem, finalidade, efeitos esperados e não-esperados, as dificuldades em administrá-lo e o que cada um espera do tratamento”, revela a pesquisadora. “Após as intervenções será realizada a segunda coleta do sangue para verificar se houve alguma alteração nos resultados em comparação com a primeira coleta”.
A estudante conta que escolheu este tema para sua dissertação porque trabalha com crianças e adolescentes há vários anos. “A área de saúde mental da infância e adolescência me chamou a atenção por sua diversidade clínica e pelas dificuldades enfrentadas pelas famílias e crianças, desde o momento do diagnóstico até a compreensão do tratamento como um todo, ou seja, a assiduidade as consultas médicas, a psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, enfermagem, assistente social e particularmente o compromisso em administrar corretamente os medicamentos prescritos”, finaliza Hebe.
Fonte: SZS Assessoria de Imprensa