5 de Outubro de 2007 | 00h00
A Unimed Sorocaba acionará uma série de mecanismos para incentivar a opção das pacientes pelo parto normal.
“Nosso objetivo é reduzir em 15% o número de cesarianas num período de até dois anos”, revela o obstetra Luiz Ferraz de Sampaio Neto, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho sobre o Parto Normal da instituição.
Segundo o presidente da Unimed Sorocaba, dr. Rodolfo Pinto Machado de Araujo, o estímulo aos partos normais é uma tendência mundial e uma recomendação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Criamos este programa para incentivar as gestantes a optarem pelos partos normais sempre que as condições clínicas e médicas assim permitirem”, explicou.
Os benefícios do parto normal são muitos tanto para a mulher quanto para o bebê. Por isso, deve ser - sempre que possível - estimulado, explica outra coordenadora do Grupo formado pela Unimed e responsável pelo Berçário do Hospital Unimed de Sorocaba, dra. Celeste Sardinha Oshiro.
O primeiro passo da Unimed Sorocaba nesta nova proposta foi dado na noite da última terça-feira, 3 de outubro, com a realização do 1º Fórum de Discussão sobre o Parto Normal. Para o evento, que reuniu médicos, enfermeiros e profissionais da saúde, foram convidados os doutores Newton Tomio Miyashita e Mônica de Souza Bonfim Pinheiro e a enfermeira Míriam Siqueira do Carmo Rabello, que abordaram o parto normal e a gestação de alto risco.
Outro convidado foi o pediatra e consultor internacional sobre aleitamento materno, Dalton Chiaradia, do Hospital Unimed de Tupã. Ele falou sobre a experiência da instituição a qual pertence na implementação do parto humanizado. Em sua palestra, contou que atualmente a entidade desenvolve 17 projetos sociais, entre os quais o Banco de Leite.
“A região Oeste do Estado de São Paulo apresenta um dos maiores índices de cesarianas, em contrapartida grandes cidades como Porto Alegre e Belo Horizonte têm uma realidade oposta”. Segundo ele, a alta incidência de cesarianas reflete a posição das mulheres contemporâneas sobre a forma de dar a luz e não somente a orientação do médico assistente. “Muitas insistem neste procedimento”, afirmou.
Para o médico, optar pura e simplesmente pelo parto normal não é a saída. “É preciso avaliar a qualidade do atendimento em si e mais, precisamos resgatar o parto como um evento da família, algo que ficará marcado como positivo”.
A questão no Brasil e em São Paulo
O Brasil possui um dos mais altos índices de cesarianas no mundo, sobretudo nos hospitais privados. Este fato chamou a atenção do Ministério Público Federal de São Paulo (MPF). No último dia 26 de setembro, o órgão realizou audiência pública com representantes do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Conselho Federal de Medicina e Associação dos Hospitais Privados para discutir a situação.
De acordo com dados preliminares do Sistema de Informações de Nascidos Vivos do Ministério da Saúde (Sinasc) em 2006, por exemplo, 78% dos partos realizados nos hospitais privados do município de São Paulo foram cesarianas. Entre 2000 e 2004, esse tipo de parto passou de 37,8% para 41,8% do total de partos no Brasil.
Fonte: SZS Assessoria de Imprensa