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15 de Fevereiro de 2008 | 00h00

Especialista abordou a anorgasmia em evento promovido pelo Centro de Estudos Unimed Sorocaba

Na noite do último 14 de fevereiro, o doutor em Ginecologia e Obstetrícia pela Unesp-Botucatu, Ulisses Del Nero, participou da palestra Anorgasmia, promovida pelo Centro de Estudos Unimed Sorocaba (Ceus).

Cerca de 70 pessoas, entre médicos, leigos, estudantes e profissionais da saúde inscreveram-se ao evento. 

A anorgasmia, ou disfunção orgásmica, é a falta de sensação de orgasmo das mulheres na relação sexual. “A sexualidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde devido sua importância à qualidade de vida das pessoas”, explicou o dr. Ulisses logo na abertura da palestra.

Segundo o especialista, a satisfação física e emocional proveniente da relação sexual não está ligada ao orgasmo. “A mulher pode ter essa sensação sem atingir o orgasmo, até porque ela procura o sexo pela intimidade emocional e não como meio de extravasar a tensão sexual, como ocorre com os homens”, definiu Del Nero.

Até o conceito sobre orgasmo foi debatido. “Orgasmo é subjetivo e variável”, explicou o dr. Ulisses. “Não existe um padrão único, mas sempre ocorre acompanhado de uma série de reações físicas e psicológicas como a sensação de suspensão dos sentidos, de abandono, expulsão, perda das noções de tempo e espaço, por exemplo, e que variam de 90 a 120 segundos.”, contou. Mesmo não exercendo papel fundamental, o orgasmo tem sua importância por ser um elemento reforçador do desejo sexual. Mulheres que não atingem o orgasmo costumam perder a vontade de manter relações sexuais.

Os padrões sexuais variam entre os países (as americanas, por exemplo, atingem mais facilmente o orgasmo que as brasileiras porque não se sentem constrangidas em explorar seu corpo e descobrir pontos de prazer) e até mesmo entre estados. “A sexualidade em São Paulo é uma e no Rio de Janeiro outra. Não que uma seja melhor que a outra, apenas há diferenças comportamentais”, explicou Del Nero.

Dados apontam que de cada cinco mulheres que entram nos consultórios médicos brasileiros especializados em sexualidade, três se queixam da dificuldade ou falta de orgasmo. Esse problema (ausência ou deficiência orgásmica) é maior entre as mulheres que entre os homens. “Um dado importante é que 80% das mulheres com este tipo de problema afirmam que o mesmo interfere em outras esferas de sua vida”, contou o especialista.

O beijo é importante para um bom desempenho sexual. “Quando se beija, há uma maior liberação de óxido nítrico no corpo”, explicou. “Isto intensifica a circulação sanguínea na pélvis, o que melhora a ereção do pênis e a lubrificação vaginal”.

Não são poucas as mulheres que têm dificuldade em atingir o orgasmo. Entre as causas estão fatores físicos e psicológicos, como hipotireoidismo, diabetes, hipertensão arterial, depressão, ansiedade ou estresse, por exemplo. “Porém, o uso de álcool ou drogas pode causar prejuízo, assim como companheiros que atingem o orgasmo muito rapidamente”, disse.

Muitas destas mulheres ainda fingem o orgasmo. “Em pesquisa, ficou revelado que tal atitude é assumida para satisfazer o parceiro sexual, por vergonha, para poder se classificar como ‘boa-de-cama’, por não conhecer o próprio corpo, pela influência da mídia e por deficiência na educação sexual”, finalizou.

Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Kaplan, centro de estudos da sexualidade humana de São Paulo, a cada 100 mulheres que procuram tratamento, 70 reclamam que não conseguem orgasmos. Um outro estudo, feito pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, apontou que, aproximadamente, 75% das mulheres apresentavam anorgasmia.

A incidência do problema varia de acordo com o nível sociocultural, mas é a primeira queixa de disfunção feminina. As duas pesquisas (Kaplan e HC) revelaram outro dado interessante: nas classes socioeconômicas inferiores a taxa de anorgasmia era de 40%, enquanto que nas camadas de maior poder aquisitivo não passou de 20%.

Quanto ao aspecto sociocultural, foi observada uma incidência de 42% de mulheres anorgásmicas com grau de escolaridade até o primeiro grau incompleto, contra apenas 10% nas estudantes dos últimos anos de faculdades de medicina e psicologia. Este dado leva à conclusão que quanto menor o grau de cultura e escolaridade, maior é o grau de insatisfação entre as mulheres.

A ausência de orgasmo pode atingir qualquer faixa etária, mas há maior predomínio em mulheres jovens, devido ao início da atividade sexual, onde a falta de experiência dificulta a chegada ao clímax. Os sexólogos dizem que, na maioria dos casos, a capacidade orgásmica tende a aumentar com o passar dos anos e chega ao máximo por volta dos 35 anos.

As causas da anorgasmia são inúmeras e complexas. São, principalmente, de origem psicológica, mas existem alguns problemas clínicos e orgânicos (anatômicos) que também podem desencadear a disfunção orgásmica  como, por exemplo, a forma da vagina, do útero ou dos músculos que formam a região pélvica (região onde se situam os órgãos genitais).

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Fonte: SZS Assessoria de Imprensa


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