24 de Março de 2009 | 00h00
Foi realizada na noite da última quinta-feira, 19 de março, no auditório do Serviço de Medicina Preventiva da Unimed Sorocaba, a palestra “Distúrbios do Sono”.
Cerca de 50 pessoas participaram da atividade desenvolvida pelo médico otorrinolaringologista Mário Augustus da Silva Freitas. “Dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental, mas algo fundamental para a manutenção da saúde das pessoas”, resumiu o palestrante logo no início de sua apresentação. “Quem dorme menos que o necessário apresenta menor disposição física e aumenta a pré-disposição para desenvolver algumas doenças, entre elas o diabetes”, alertou.
Segundo o médico, o gatilho do sono é disparado por um hormônio denominado melatonina juntamente com alguns outros fatores naturais e individuais, como a luz do sol ou o hábito de se deitar após assistir a novela das 21 horas ou outra atividade rotineira, por exemplo. “Atualmente, estuda-se muito a latência do sono e sabemos que o tempo ideal para a pessoa dormir após deitar-se é de 16 minutos, caso contrário o melhor é levantar-se e fazer alguma atividade prazerosa e relaxante”.
A quantidade de horas de sono necessária para que cada um sinta-se realmente bem varia de pessoa para pessoa. “A maioria dorme de 7 a 8 horas por noite, mas existem aquelas que denominamos ‘dormidores curtos’ e que precisam de poucas horas de sono, enquanto outras precisam dormir por intervalos maiores”, explicou Silva Freitas.
À medida que envelhecemos, diminuímos as horas de sono e isso é natural, explicou o palestrante. Este fenômeno está associado ao hormônio do crescimento, que só é produzido em determinado período da vida e liberado somente enquanto a se encontra no estágio REM do sono, conhecido como sono profundo. “Recém-nascidos e adolescentes dormem muito porque têm a necessidade de crescer”, revelou.
Não ter um sono reparador pode representar sérios riscos à saúde, que podem variar de cansaço, perda de memória de fatos recentes e irritação a problemas mais graves como envelhecimento precoce, perda da força muscular ou comprometimento do sistema imunológico. Para identificar apropriadamente os distúrbios do sono, a medicina conta com alguns recursos, entre os quais a polissonografia – exame feito a partir de 16 sensores instalados no corpo do paciente e controlados por um software específico, pelo qual diversos aspectos como respiração, oxigenação sanguinea, posição corporal, batimentos cardíacos, entre outros, são monitorados durante, aproximadamente, oito horas de sono e servem para uma avaliação profunda sobre a dinâmica do sono do paciente.
De acordo com o especialista, existem mais de 70 doenças relacionadas ao sono, entre as quais se destacam as dissonias, parassonias e distúrbios do sono associados a fatores clínicos e psiquiátricos. A insônia, narcolopsia, apnéia, fibromialgia, sonambulismo, bruxismo, terror noturno, síndrome das pernas inquietas são alguns dos distúrbios do sono mais comuns.
Uma pesquisa recente revelou que 30% dos paulistanos sofrem de algum tipo de distúrbio de sono. “Dos casos de insônia, 60% estão relacionados a uma má higiene do sono, que significa o hábito de utilizar a cama para atividades não relacionadas ao ato de dormir, como por exemplo, trabalhar, usar o computador ou comer; 30% estão ligados a quadros depressivos e apenas 10% estão realmente relacionados com problemas de sono”, revelou Silva Freitas.
A síndrome da apnéia e hipopnéia do sono são, também, dois problemas que ocorrem em larga escala e cujos tratamentos podem ser de ordem comportamental (modificar hábitos do paciente), cirúrgico ou por meio de aparelhos. “As cirurgias bem definidas resolvem cerca de 90% dos casos de apnéia”, disse.
Para quem deseja ter um sono de melhor qualidade, o médico elencou algumas sugestões como manter horários regulares para se deitar; manter hábitos de vida saudáveis; só ingerir comidas leves à noite; não praticar atividades físicas após as 17 ou 18 horas; não ter atividades que exijam alta concentração antes de dormir; associar sempre a cama ao sono e não ao uso de computador, assistir televisão ou comer e não dormir durante o dia.
Fonte: SZS Assessoria de Imprensa