O 5 de maio é a data em que se celebra o Dia Mundial da Higienização das Mãos. Até antes da pandemia, a correta higienização das mãos, na sua técnica correta, parecia restrita aos profissionais da saúde. Porém, a realidade mudou esse falso conceito, tornando-se um dos (poucos) benefícios decorrentes de toda essa situação sanitária pela qual o mundo passa desde 2020.
Esse ato simples é fundamental para lidar com uma situação que começa a se agravar: a infecção de pacientes com Covid-19 por superbactérias em algumas instituições hospitalares. A infectologista responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Unimed Sorocaba, doutora Marina Jabur, explica a causa de mais esse problema. “A sobrecarga de trabalho decorrente da pandemia é constatada em praticamente todos os hospitais do mundo. Porém, quando não se dispõe da quantidade necessária de profissionais da saúde para atender os internados, de pias suficientes e locais adequados para a correta higienização das mãos, o risco destes profissionais causarem transmissão cruzada de bactérias entre os pacientes é elevado”, alerta.
O problema aumenta pelo fato de que alguns dos contaminados pela Covid-19 são tratados, também, com muitos antibióticos. “Essa conjunção de fatores leva à seleção de superbactérias, resistentes à muitas classes de antibióticos. Nesse contexto, não restam muitas opções terapêuticas para combatê-las”, explica a doutora Marina. Portanto, o ideal é a prevenção inicial, ou seja, a correta higienização das mãos por parte dos profissionais da saúde.
O simbolismo do número 5
O número 5 é altamente simbólico para a higienização das mãos. A data de cinco de maio (mês 5), os cinco momentos necessários como oportunidades da higiene das mãos, os cinco dedos de cada mão e a quinta meta da OMS (voltada à segurança dos pacientes) têm, nesse ato, seu ponto mais relevante. “Com a pandemia, aprendemos que a higienização apropriada das mãos deve ultrapassar os muros dos hospitais. Ela está ligada à segurança de qualquer pessoa, não somente dos pacientes internados ou profissionais da saúde”, resume a doutora Marina Jabur.
A infectologista complementa: “Ela [a higienização das mãos] só é efetiva quando a tornamos um hábito, quando a executamos repetida e sistematicamente, e não somente em determinadas situações”, diz. “Aliás, é importante ressaltar que o ato de colocar as mãos debaixo da água e espalhar sabão ou álcool em gel sobre elas de qualquer maneira não assegura a eliminação de microorganismos das mãos”, alerta.
Os 5 momentos
Afinal, quais são os 5 momentos de higienização das mãos? Anote:
• antes de contato com um paciente;
• antes da realização de procedimentos assépticos;
• após risco de exposição a fluidos corporais;
• após contato com um paciente;
• após contato com as áreas próximas ao paciente.