26 de Novembro de 2004 | 00h00
Curso de infecção hospitalar foi realizado pela Unimed de Sorocaba
A Jornada foi promovida pelo Centro de Estudos da Unimed Sorocaba.
Terminou ontem, dia 20, a “I Jornada Unimed de Infecção Hospitalar”, promovida pelo Centro de Estudos Unimed Sorocaba (CEUS). Diversas autoridades falaram aos participantes sobre os desafios diante do controle das infecções hospitalares e as melhores respostas ao problema.
A abertura oficial do evento foi na última sexta-feira, 19, com o discurso do diretor de Assuntos Médicos da Unimed de Sorocaba e coordenador do CEUS, Carlos Alberto Caniello, e do diretor clínico do Hospital Unimed de Sorocaba, Hector Archer Garcia. Em seguida, o coordenador da Vigilância Epidemiológica de Sorocaba, Pedro Borges, falou aos presentes destacando, entre outros temas, a portaria MS 2616/98, que regulamenta o controle das infecções hospitalares e a necessidade de envolver todos os profissionais como forma de obter as melhores respostas aos problemas dessa natureza. “Planejar, executar e avaliar processos é fundamental”, disse.
Finalizando os trabalhos do dia, o infectologista Antônio Tadeu Fernandes, considerado uma das principais autoridades brasileiras na área, ministrou aula sobre infecção hospitalar. Durante cerca de duas horas, Fernandes traçou um panorama completo do espectro que envolve a questão, desde a pressão exercida sobre os profissionais da saúde por diagnósticos mais precisos e tratamentos mais rápidos, até o fantasma do erro médico e os gastos crescentes com a saúde, que acabam criando mecanismos de controle do exercício profissional.
Durante sua apresentação, Fernandes abordou vários conceitos praticados no dia-a-dia dos hospitais, classificando-os como mitos, fatos comprovados, controversos ou recomendados. Como mito, classificou o fato de que o uso de pró-pés, protetores colocados sobre os calçados, contribui na prevenção da infecção do sítio cirúrgico; a realização rotineira de culturas nas pontas dos cateteres retirados; que o uso de luvas exclui a necessidade de se higienizar as mãos; promover a troca rotineira dos cateteres venosos centrais ou arteriais para reduzir a ocorrência de infecções e o hábito de alguns médicos de escovar as mãos antes das cirurgias. Dentre as práticas comprovadamente úteis na redução das infecções hospitalares estão: ações de educação e treinamentos específicos direcionados à equipe, não aplicar solventes orgânicos na inserção ou troca de curativos, trocar o sistema de infusão em intervalos mínimos de 72 horas, desde que não exista suspeita ou confirmação de infecção relacionada aos cateteres.
No último dia do encontro, a primeira palestra foi proferida pela professora associada da Escola de Enfermagem da USP, Kazuko Uchikawa Graziano, sob o título “Reuso dos Artigos de uso Único: Risco ou Economia?”. A profissional destacou o fato de que o primeiro produto de uso único foi a agulha, lançada no mercado em 1948. Atualmente, segundo ela, existem mais de 300 mil itens dessa natureza, alguns chegando a custar até R$ 3,8 mil.
Quanto aos produtos reutilizáveis, a especialista recomenda prudência. “Há riscos com implicações civis, penais e administrativas”, alertou. Além disso, Kazuko citou como fatores de risco tanto a dificuldade em assegurar a limpeza adequada desses equipamentos quanto a retirada dos produtos utilizados para limpá-los, desinfectá-los ou esterilizá-los.
O encontro teve, ainda, a participação do arquiteto e administrador hospitalar e membro do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, Vital Oliveira Ribeiro Filho, e do médico Carlos Augusto Quadros, do Hospital Cristóvão da Gama.
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