22 de Setembro de 2005 | 00h00
As atividades do Dia Nacional do Doador de Órgãos (oficialmente comemorado em 27 de outubro) começaram neste dia 17, com o início da “3a Campanha de Apoio à Doação de Órgãos e Tecidos de Sorocaba” e será encerrada no próximo sábado (24), com uma grande atividade sócio-comunitária na pista de caminhada do Parque Campolim, que contará com a presença de ex-transplantados, estudantes e docentes da Faculdade de Medicina da PUC/SP, da Orquestra Filarmônica Jovem de Sorocaba. Brinquedos infláveis estarão à disposição das crianças. A campanha é promovida pela Fundação TransPlante Vida com o apoio da Unimed de Sorocaba.
A abertura da campanha foi realizada no anfiteatro do Hospital Oftalmológico de Sorocaba (HOS), com a realização do “2o Simpósio sobre Doação de Órgãos e Tecidos de Sorocaba”. O cirurgião Ben-Hur Ferraz Neto – presidente da Fundação TransPlante Vida e chefe da equipe de transplantes hepáticos do Hospital Unimed de Sorocaba e de uma das equipes do Hospital Israelita Albert Einstein – foi o primeiro a falar aos presentes. “Há cerca de três anos, conversei com o dr. Rodolfo (Rodolfo Pinto Machado de Araújo, presidente da Unimed de Sorocaba) e com o então secretário municipal da Saúde, dr. Vitor Lippi, hoje prefeito municipal, sobre a possibilidade de iniciarmos os transplantes de fígado aqui na cidade. A receptividade foi total e conseguimos reunir todas as condições necessárias para que viabilizássemos, em 14 de março de 2003, o primeiro transplante de fígado nesta região”, relembrou.
Presente no evento, o prefeito municipal Vítor Lippi falou em seguida. Ele destacou o trabalho realizado por diversos órgãos locais na captação e transplante de órgãos e do espírito solidário e da vocação à generosidade dos sorocabanos. “Sinto orgulho de morar numa cidade que tem este importante trabalho de captação e transplante de órgãos e agradeço ao trabalho que toda a equipe da Unimed (de Sorocaba) realiza nesta área”, disse.
A primeira atividade foi a palestra da enfermeira-master do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Bartira de Aguiar Roza, que falou sobre “O papel da enfermagem na captação de órgãos no Brasil”. Fazendo um apanhado bastante amplo de todo o espectro da captação de órgãos ao longo das últimas décadas e mostrando os pontos nos quais a atuação das equipes de enfermagem é importante, Bartira ressaltou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o termo “doador cadáver” seja abolido. Em seu lugar, a expressão “doador falecido” deve ser utilizada por todos os profissionais da Saúde. A enfermeira destacou, também, que o processo de captação só se encerra com a devolução do corpo do doador à família.
Em seguida, o médico Milton Glezer, coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital das Clínicas (HC), de São Paulo, falou aos presentes sobre o papel das OPOs no Brasil. Segundo ele, 80% das captações de órgãos do HC são conseguidas por meio do trabalho ativo da organização que coordena. Ainda de acordo com o médico, as OPOS devem ter uma estrutura mínima, que seria composta por um coordenador médico, uma secretária, um enfermeiro encarregado e sete plantonistas. “É importante que as OPOs façam uma avaliação final dos resultados que consegue. Com isto, poderá identificar pontos que possam ser melhorados e, assim, melhorar sua eficácia”. Glezer também destacou que governos, hospitais, sociedades médicas, associações de pacientes, mídia, população e indústrias farmacêuticas devem atuar ativamente nas questões envolvendo a doação, captação e transplante de órgãos.
A palestra seguinte foi ministrada pelo presidente da Unimed de Sorocaba, dr. Rodolfo Pinto Machado de Araujo. Segundo ele, os projetos de transplantes de órgãos são de longa maturação, englobam todo o hospital e não apenas as equipes envolvidas diretamente. “Quando se investe em transplantes, acaba-se investindo em todo o hospital, e a instituição como um todo se beneficia deste processo”, explicou. De acordo com o presidente da Unimed de Sorocaba, as primeiras reuniões sobre transplantes hepáticos começaram em 1996, ano em que o hospital foi inaugurado. Atualmente, o Hospital Unimed de Sorocaba está credenciado pelo Ministério da Saúde para realizar transplantes de fígado, coração, córneas, pâncreas e o conjugado rins-pâncreas. “Também estamos determinados a criar um banco de tecidos músculo-esqueléticos”, revelou.
O gerente médico da área de transplantes do HIAE, João Roberto de Sá, foi o próximo palestrante. João Roberto explicou como funciona o sistema e o programa de transplantes do “Albert Einstein”, criado em 2002 e que é o principal centro de transplante de fígado do País e um dos três maiores do mundo em pâncreas. “Neste ano, nossa meta é realizar 200 transplantes de fígado”, contou. Mesmo diante destes números, João Roberto frisou que o Brasil passa por um momento de queda nas doações. “Notamos uma redução média de, aproximadamente, 30%, o que naturalmente acaba refletindo no número de transplantes”, disse.
Em relação à redução do número de doadores, o presidente da Fundação TransPlante Vida contou que ao saber deste dado, o prefeito municipal colocou-se à disposição da entidade para discutir meios de reverter este cenário.
O simpósio contou ainda com a participação da atual vice-presidente – e candidata à presidência – da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Maria Cristina Ribeiro de Castro; do coordenador geral da Central de Transplantes do Estado de São Paulo, dr. Luiz Augusto Pereira; do coordenador da OPO de São José do Rio Preto, dr. Renato Ferreira da Silva e da diretora-geral do Centro de Ciências Médicas e Biológicas da PUC/SP, dra. Cibele Isaac Saad Rodrigues.
FESTA SÓCIO-COMUNITÁRIA SERÁ NO PRÓXIMO SÁBADO
No dia 24, na pista de caminhada do Parque Campolim, será realizada a festa de encerramento da 3a Campanha. Com a presença de ex-transplantados, as atividades começarão às 9 horas, com a distribuição de folhetos estimulando a doação, além de testes de acuidade visual, medição dos níveis de pressão arterial e testes de glicemia. Haverá, ainda, brinquedos infláveis para as crianças presentes e carro de som para alegrar o evento. Ás 10 horas, a orquestra Filarmônica Jovem de Sorocaba fará uma apresentação e às 11h30 a Banda Ultra-som também se apresentará. O encerramento da festa será às 12h30 e este evento será gratuito e aberto à população em geral.
A “3a Campanha de Apoio à Doação de Órgãos e Tecidos de Sorocaba” conta com o apoio, além da Unimed de Sorocaba, da Prefeitura Municipal da cidade, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, do Corpo de Bombeiros, do Hospital Oftalmológico, Banco de Olhos de Sorocaba, da Associação dos Pacientes Doadores e Transplantados Renais de Sorocaba e Região (Transdoreso), do Hemonúcleo de Sorocaba, da Associação dos Doadores de Medula Óssea (AMEO), da Escola Técnica de Enfermagem Enfesp e da Liga de Endocrinologia da PUC/SP.
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