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4 de Janeiro de 2019 | 10h04

Cecília Ferro nos deixou vários exemplos

A professora-doutora Maria Cecília Ferro, patologista, docente da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP e cooperada da Unimed Sorocaba desde 1977, faleceu no último dia 13 de dezembro, à 1h22 da madrugada, no Hospital Dr. Miguel Soeiro, aos 72 anos. 

Maria Cecília Ferro nasceu na cidade de Rio Preto (SP) e foi criada em Londrina (PR). Veio a Sorocaba para cursar a Faculdade de Medicina da PUC-SP, pela qual se formou em 1971. Fez doutorado e mestrado nessa mesma Universidade. Sempre atuou como patologista na cidade, onde também ocupou a diretoria do Conjunto Hospitalar. 

Apesar da saúde delicada, era uma pessoa de extremo vigor e disposição às tarefas acadêmicas e profissionais, detentora de uma inteligência elevadíssima e muito pragmática. Até o dia anterior à sua morte, trabalhou normalmente. 

Ao longo dos últimos quatro meses, idealizou e colocou em prática um trabalho voluntário, de cunho educacional e cultural, na Escola Estadual Monteiro Lobato, adotada pela Unimed Sorocaba no início de 2018. O intuito era ler, interpretar e contextualizar clássicos da literatura mundial com um grupo de alunos interessados no assunto.

E foi assim que, desde agosto, ela os conduziu pelos enredos de “A volta ao mundo em 80 dias” e “Vinte mil léguas submarinas”, ambos de Julio Verne. “Vê-la interagindo com os alunos, explicando ricamente detalhes dessas histórias a crianças atentas e encantadas com o que ouviam, apenas corroborava o que já sabíamos sobre ela: tratava-se de uma mulher de personalidade marcante, muito inteligente, que nutria respeito indiscriminado a todas as pessoas com as quais tinha algum tipo de contato. Era uma profissional extremamente competente e uma colega sempre disposta a cooperar”, conta Miguel Villa Nova Soeiro Filho, superintendente da Unimed Sorocaba. “Tão grande quanto a saudade que deixou é o seu legado exemplar”, completa.

Professora-titular do Departamento de Morfologia e Patologia da FCMS, Maria Cecília esteve à frente de muitas pesquisas, sobretudo em linhas envolvendo câncer e educação médica. Era uma das figuras mais ativas da faculdade, da qual também foi vice-diretora no início dos anos 2000. Atualmente, compunha o Núcleo Docente Estruturante (espaço no qual são discutidas as questões estruturais dos cursos) e, desde 2001, presidia o Grupo de Trabalho dos Laboratórios. 

“Maria Cecília era muito querida por todos. Ex-aluna e professora-titular desta casa, ela edificou seu nome pela retidão de caráter, pela excelência acadêmica e pelo bom convívio com as pessoas. Deixa muitos amigos, entre colegas, alunos e ex-alunos. Perdemos uma pessoa extremamente proba”, diz o cooperado Luiz Ferraz de Sampaio Neto, que teve contato muito próximo a ela, sobretudo na PUC-SP, de onde também foi diretor.

Em 2004, Maria Cecília recebeu o título de Cidadã Sorocabana; em 2014, foi homenageada pela Associação Paulista de Medicina e Sociedade Médica de Sorocaba e, em inúmeras formaturas da Faculdade de Medicina, foi uma das homenageadas pelos formandos.


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