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29 de Outubro de 2014 | 00h00

Carteira que controla as cargas de radiação em crianças poderá ser adotada em todo o país

Há um ano, a Unimed Sorocaba começou a distribuir 18 mil carteiras (semelhantes às de vacinação)

para controlar as cargas de radiação recebidas pelas crianças atendidas no Serviço de Emergência do seu hospital, nas clínicas e nos consultórios dos pediatras cooperados. O sucesso da iniciativa motivou sua apresentação durante a 44ª Convenção Nacional Unimed, realizada há alguns dias no Rio de Janeiro, e ela poderá ser adotada em nível nacional. A proposta foi endossada pelo diretor da Sociedade Brasileira de Pediatria, Carlindo Machado Filho, presente no encontro.

Participaram da mesa de lançamento da carteira em nível nacional o próprio Clarindo; os cooperados da Unimed Sorocaba, Mônica Oliveira Bernardo, Chen Yao Huei e Rodolfo Pinto Machado Araújo, que também representou a Unimed do Brasil na solenidade, além de Fernando de Almeida, professor orientador do projeto de pesquisa que deu origem ao programa. Também estiveram presentes no evento de lançamento, membros da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração da Unimed Sorocaba.

Há anos, médicos dos Estados Unidos alertam sobre os riscos da radiação ionizante, emitida durante os exames de imagem, sobretudo para pacientes pediátricos. Não se trata de desestimular o uso desse recurso, mas sim de utilizá-lo racionalmente e com as dosagens mínimas necessárias para ajudar no diagnóstico das patologias. 

Em 2010, o assunto motivou a médica radiologista Mônica Bernardo a adotá-lo como tema da sua tese de mestrado profissional em Educação nas Profissões da Saúde, desenvolvido pela PUC-SP, em Sorocaba. O campo de coleta de dados foi o hospital da Unimed Sorocaba. Por isso, pouco tempo depois, a instituição de saúde encampou a ideia e lançou o programa de proteção radiológica às crianças.

Os exames de imagem têm de receber indicação consistente. Na pediatria, as principais recomendações para radiografias convencionais são as situações agudas e de emergência, além dos estudos do tórax e dos ossos. Já as tomografias são voltadas, por exemplo, para casos de traumatismo causados ou não por acidente e no estudo detalhado do tórax para complementar aquele feito a partir dos raios-x. 

Uma tomografia equivale a quatrocentos exames sequenciais de raios-x. Nas vértebras e cartilagens, o impacto é maior do que nos ossos. Um exame de raios-x de coluna e pelve, por exemplo, tem a mesma carga radiológica ionizante de quatro meses de exposição constante à radiação natural e a 50 exames de raios-x de tórax.

Por outro lado, as ultrassonografias e as ressonâncias magnéticas não representam qualquer risco à saúde das crianças, pois não emitem radiação. As ressonâncias são aconselhadas para avaliações detalhadas do abdômen, pelve e articulações; na análise do sistema nervoso central e nos estudos funcionais.

Um amplo trabalho de conscientização para médicos, profissionais da saúde e pais foi feito. O objetivo era esclarecer que a redução dos exames que utilizam radiação ionizante não afetaria.

Fonte: SZS Assessoria de Imprensa


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