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26 de Julho de 2018 | 08h38

28 DE JULHO - Data marca a luta contra hepatites virais

A Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. A ideia nasceu no Brasil, em 2012. Por esta razão, o Ministério da Saúde vem, desde então, cumprindo metas e praticando ações de prevenção, controle e combate à doença. 

Plano do governo é eliminar a hepatite C até 2030

Possivelmente por este pretexto, em 5 de julho, o Ministério da Saúde anunciou o lançamento de um plano para eliminar a hepatite C até 2030. 

A estratégia prevê a redução das etapas para o diagnóstico da patologia e a ampliação da testagem em grupos considerados prioritários – que incluem entre outros, pessoas com mais de 45 anos, os portadores de HIV, pacientes renais crônicos, usuários de drogas e bebês cujas mães têm hepatite C. 

Pelos planos do governo federal, a previsão é, a partir de 2019, atender 50 mil pacientes anualmente, até 2024. 

Ainda em 2018, devem ser entregues tratamentos para 19 mil pacientes. No entanto, este quantitativo divulgado pelo Ministério é bem menor do que o informado no ano passado. À época, a pasta havia firmado o compromisso de ofertar, pelo menos, 50 mil tratamentos anuais, começando em 2018. Tratativas com os fabricantes dos medicamentos estão em curso para a compra de mais 50000 tratamentos.

Dados ainda preocupam

No ano passado, foram identificados 24.460 pacientes com hepatite C – uma queda significativa em relação a 2016, quando 28.397 casos haviam sido confirmados. A redução é atribuída à melhora na qualidade do banco de dados e à necessidade de notificação dos casos para acesso ao tratamento. 

A doença é mais comum em indivíduos acima dos 40 anos e pode provocar cirrose e câncer de fígado. Estima-se que, atualmente, 500 mil pessoas no Brasil tenham hepatite e não saibam. 
 

Médicos têm papel fundamental nessa luta

É importante que os médicos, de um modo geral (e não somente os infectologistas e hepatologistas), solicitem o exame aos seus pacientes para identificar a patologia. 

“O teste de hepatite C é feito por meio de exame de sangue, pelo qual é possível detectar a presença de anticorpos contra o vírus no organismo”, explica o infectologista Fernando Ruiz, responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Dr. Miguel Soeiro (HMS), pertencente à Unimed Sorocaba, e docente da Faculdade de Medicina da PUC-SP. “Quando o resultado é positivo, outro exame é feito, para analisar a quantidade e tipo do vírus. O teste inicial pode ser o Teste Rápido, que consiste na obtenção de 1 gota de sangue por punção, com resultado quase imediato, pontua. O Teste Rápido está disponível na rede pública, nas Unidades Básicas de Saúde.

Doença silenciosa

Recentemente, no HMS foi realizado o segundo transplante conjugado (fígado e rins), que beneficiou o empresário D.J., paulistano de 43 anos, portador de cirrose hepática decorrente de um quadro de hepatite C. A patologia havia sido contraída há mais de trinta anos, mas complicou-se há sete, culminando em estágio de insuficiência renal crônica. 

D.J. aconselhou que todas as pessoas façam o teste de identificação da hepatite C. “É uma doença silenciosa e a maior causa de cirrose no mundo, mesmo sem implicação de bebida alcoólica. Ela desponta quando o organismo está debilitado”, observa. “Pesquisamos muito sobre o assunto”, completa. “Com o diagnóstico precoce, pode-se evitar tudo o que passei até chegar aqui.”

Cura é possível

Ainda de acordo com Fernando Ruiz, atualmente, a doença tem chances de cura acima de 95%. 
O novo tratamento consta de medicamentos orais desprovidos de eventos adversos ou efeitos colaterais, com alta eficácia após uso de aproximadamente 3 meses. Isso é muito diferente do que ocorria até há três anos atrás, quando o tratamento consistia de injeções e comprimidos, com muitos efeitos colaterais e baixos índices de cura ao final.
O Ministério da Saúde disponibiliza atualmente o tratamento ( caríssimo se adquirido no mercado ) no programa de medicamentos de uso excepcional, gratuitamente a todos os pacientes com hepatite C crônica, que tenham o vírus C no sangue e que sigam os procedimentos habituais de preenchimento de um processo padrão, realizado pela equipe ou profissional da área médica que o assiste. 
Importante enfatizar que as pessoas que desistiram do seguimento ou do tratamento pelos motivos já mencionados, procurem atendimento e retomem o seguimento.
A eliminação do vírus permite inclusive regressão de alguns casos já pouco avançados, com regeneração do fígado.  


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